domingo, 11 de março de 2012

Modernidade e família

Há momentos na vida que nós nos questionamos de muitas coisas. Sobre família, carreira, educação, sociedade, vida doméstica, filosofia, religião, crenças, virtudes, qualidades, defeitos, responsabilidade, disciplina.

Sempre um destes questionamentos está em nossa mente em algum momento. Isto é certo. Parece que nunca estamos satisfeitos. Na verdade, não sei se é satisfação. Acho que é mais uma dúvida em querermos saber se aquilo é certo ou não, de acordo com nossos parâmetros e educação.

Posso dizer que tenho passado por alguns destes momentos desde que tive meus filhos. Claro que outros já estiveram na minha cabeça, mas ter filhos não é uma tarefa fácil.

Hoje em dia, as mulheres querem a tal independência. Querem ser tão independentes e fazer coisas para mostrar que são capazes que se esquecem do principal: a família. A mulher é extremamente essencial na criação e educação dos filhos, no funcionamento da casa e da família.

Mas, é muito mais fácil casar e planejar quando se quer um filho. Depois, planejam quem cuidará do filho, normalmente um bebê de quatro meses: a avó, a vizinha, a escola, a creche. Passam o dia fora de casa, trabalhando, chegam em casa, ainda têm que cuidar de tudo e do filho.

E aí eu fico pensando: que qualidade de tempo esta pessoa tem com o filho e o marido? Será que o marido realmente quer uma mulher tão independente assim?

Hoje em dia, as mulheres trabalham  fora porque precisam ter mais dinheiro. Mas, esta é a questão. Por que? Porque vivemos num mundo consumista. As pessoas querem mais e mais. De tudo. A melhor roupa, carro, casa, celular, computador, televisão... Na verdade, estas coisas não preenchem uma vontade da pessoa, e sim uma vontade de estar no mesmo nível que as pessoas do seu círculo de convivência.

Não se pensa no "menos". Menos televisão, computador, celular, roupa. Mais casa, tempo com a família, vivenciar. Exatamente isso: viver. Não se vive hoje, se consome.

Vejo, como a grande maioria das pessoas, produtos dos mais variados tipos no mercado. Acho interessante, mas não me atrai. Não sou consumista assim. Não tenho notebook, meu celular é para ser usado como telefone, não tenho internet no meu celular, assisto pouca televisão (e meus filhos também). Procuro passar pouco tempo no computador, e mais tempo comigo mesma e com minha família.

Uma vez estávamos em um shopping center e vi duas situações absurdas para mim em um período de dez minutos.

A primeira foi a de um pai que se sentou em um banco com a filha no carrinho. A menina saiu do carrinho, o pai não percebeu pois estava prestando atenção ao seu celular "social". A menina fazia de tudo para chamar a atenção dele, e ele simplesmente a ignorava.

A segunda situação foi em uma cafeteria. Havia um casal do nosso lado com um menino de pouco mais de um ano de idade. Não se ouviu uma palavra de ninguém, inclusive do menino. Sabem o que estavam fazendo? Usando um tablet. E pasmem: o menino sabia direitinho como navegar pela tela do computador.

Não tenho vergonha de dizer que não estou trabalhando fora de casa. Estou com minha família, meus filhos. Outra coisa que me perguntam é se eles vão à escola. Ainda não. Eu ainda posso ficar com eles, e eles ainda têm a infância para brincar. E é isso mesmo: infância. Criança precisa brincar, além de precisar ter um lugar seguro nesta fase da vida: os pais. Eles são privilegiados de ter o pai em casa também. Melhor ainda.

As crianças precisam de orientação, de disciplina e de limites. Se não existe uma família presente, isso se torna muito difícil de existir. Meus filhos têm rotina desde poucos meses de vida. Eu precisava disso para poder administrar gêmeos. Eles têm disciplina e responsabilidade, ajudam nas tarefas de casa, sofrem consequências de atitudes erradas. São educados, doces, gentis, amorosos. Isso faz parte da educação e da convivência com os pais presentes.

Não devemos dar a responsabilidade para educar uma criança a um parente ou à escola. Os pais devem fazer isso. A escola ensina outras coisas, mas não a educação para com as pessoas.

Enfim, acho que é muito importante pararmos para pensar em como a sociedade está hoje em dia. As redes sociais não aproximam as pessoas. Elas simplesmente demonstram suas vaidades para com os outros, e esperam um tapinha nas costas ou um elogio, para que o ego delas continue funcionando. O mundo se tornou egoísta, e a questão da família entrou na história também.